Além dos já citados temas da natureza, um outro elemento tem se manifestado em tendências nos principais ciclos da vanguarda da decoração mundial: a memória.
E como já vimos em outros artigos, as tendências são como um reflexo, uma manifestação sobre a sociedade da qual se origina.
Se considerarmos o vertiginoso fluxo de acontecimentos e mudanças que estão acontecendo na nossa sociedade em períodos cada vez mais curtos de tempo, fica fácil entender este apego à lembrança.
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Estamos em uma das épocas mais nostálgicas e saudosas da humanidade, a manifestação deste sentimento é inevitável. Na decoração, a lembrança acrescenta uma carga de valor muito maior ao ambiente, brindando-o com significado.
Nostalgia e saudosismo
Quando falamos de memória afetiva, duas palavras parecem se destacar nos vocabulários alheios: nostalgia e saudosismo. Porém, muito se fala e pouco se entende sobre seu real significado.
Nostalgia
Nostalgia é um termo que surgiu na Grécia antiga para descrever a sensação de melancolia causada pela lembrança da terra natal.
Na Odisseia, que narra o épico retorno de Odisseu ao lar, após a guerra de Tróia, testemunhamos a ânsia do protagonista pela chegada, cada vez mais distante.
Surge assim o conceito de nostalgia. , que descreve o sentimento melancólico por um passado lembrado de forma idealizada, que não necessariamente condiz com o passado real.
Saudosismo
Diferente da nostalgia, que define um sentimento, saudosismo descreve uma ação, algo já manifestado.
Saudosismo é quando adotamos elementos, materiais ou culturais, de uma determinada época, a fim de viver simbolicamente aquele período.
Sabe aquela sua amiga que tem uma Polaroid antiga e vive batendo fotos com ela? Ou então aquele colega que é apaixonado pela música dos anos 60 e se veste de acordo com o figurino da época?
Pois é, essas pessoas estão sendo saudosistas, mesmo que muitas delas não tenham sequer vivido as épocas que remontam. Isso acontece, porque o saudosismo e a nostalgia não se limitam a nossa memória individual, abrangendo também o imaginário coletivo ao qual estamos inseridos.
Mais do que decoração, histórias
Definimos memória afetiva como lembranças desencadeadas pela percepção sensorial de determinado elemento. Um cheiro, uma música, uma cor e, por que não, um objeto.
O objeto não precisa ter uma associação lógica com a memória, já que essa ligação acontece de forma subjetiva e inconsciente.
Mas quando o objeto de decoração tem uma ligação direta com a lembrança transmitida, seu valor significativo se torna ainda maior.
Não apenas o objeto em si, mas cada marca de desgaste, cada mancha ou arranhão pode contar um fragmento da história ali representada.
Revivendo o passado em cenários
Pessoas intrinsecamente nostálgicas podem sentir o gostinho do saudosismo criando cenários em ambientes da casa. Para isso, não apenas um móvel ou objeto, mas todo um conjunto temático é projetado dentro de um mesmo campo de visão do cômodo.
Assim, você pode ter um pedacinho da casa da vó em sua própria sala de jantar, por exemplo, proporcionando uma experiência muito mais imersiva e intensa.
E você, quais elementos da sua decoração ajudam a contar a sua história? Você ainda guarda objetos da sua infância?
Comente nas nossas redes sociais, nós da Estofados Jardim estamos preparando novidades que prometem reconectar laços e reacender raízes e as suas histórias serão a nossa inspiração!